Entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918, milhares de embarcações foram afundadas no decorrer da 1ª Grande Guerra e milhões de pessoas perderam as suas vidas durante este conflito. Em 2014 evoca-se o 1º centenário da Primeira Guerra Mundial. A UNESCO propõe-se assinalar este facto na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático (PCS).
sábado, 14 de setembro de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
Escolas SEA-UNESCO
O principal objetivo da UNESCO, de acordo com
o seu Ato Constitutivo, é contribuir para a paz e a segurança, promovendo a
colaboração das nações através da educação, ciência e cultura.
As escolas SEA desde sempre se
comprometeram a promover os ideais da UNESCO, conduzindo projetos-piloto
destinados a preparar melhor as crianças e os jovens para enfrentarem os
desafios de um mundo cada vez mais complexo.
Em 2014 comemora-se o 1º centenário da Primeira Grande Guerra
Mundial. A UNESCO propõe-se celebrar este facto na vertente da
salvaguarda do Património Cultural Subaquático (PCS). A partir desta data os
artefactos submersos, em consequência dos combates navais verificados, passarão
a estar protegidos pela Convenção 2001 da UNESCO.
No âmbito desta efeméride este blogue pretende
dar a conhecer alguns factos e acontecimento relacionados com a 1ª Grande Guerra
Mundial. Em particular, pretendemos divulgar trabalhos relacionados com o património cultural subaquático em
sítios submersos resultantes da 1ª Grande Guerra, dando assim um contributo para a promoção da paz e para a preservação do património cultural subaquático.
Portugal e a 1º Grande Guerra Mundial
Portugal participou na 1ª Grande Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Em março de 1916 Portugal apresa as embarcações
na costa lusitana, justificando a declaração oficial de guerra a Portugal pela
Alemanha, a 9 de março de 1916 (apesar de desde 1914 já existirem combates entre tropas portuguesas e alemãs
junto às fronteira das colónias em África).
As ilhas Atlânticas tiveram grande importância para os ingleses pela
contribuição que podiam dar no estabelecimento das comunicações por cabos
submarinos. Cabo Verde, Mindelo, Lisboa
foram um ponto estratégico do Atlântico no domínio das comunicações. Em Porto Grande foi criada uma base
militar e naval, onde era favorecida a função de porto de escala para
reabastecimento de combustível, carvão e água para as rotas vindas do Oriente,
via África do Sul, América do Sul, Argentina e Brasil. O porto e as embarcações
depressa se tornaram alvo fácil para os submarinos alemães e Portugal tinha
nesta altura como triângulo estratégico das bases militares navais, Lisboa, Açores e Cabo Verde.
Em 1901, foi estabelecida uma
linha de comunicações de cabos para a América do Sul que passava pela Madeira,
S. Vicente, Ascensão, Sta Helena e Cabo, e como linha suplementar, assentaram
outra para partida da Madeira para as colónias inglesas da África Ocidental,
Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria. Os alemães tentaram quebrar o monopólio britânico
sobre os cabos submarinos, mas manteve-se até 1914.
Em março de 1915 foram
apreendidos no porto do Funchal, os vapores alemães Colman, Petrópolis, Quagbo e Hoahperd que passaram para o Estado Português com os nomes,
Madeira, Porto Santo, Deserta e Machico.
Em 3 de dezembro de 1910 o
Funchal foi bombardeado pelo submarino alemão U-47 que se escondera nas
Desertas afundando na baía a canhoeira francesa Surprise, o Kangurou, e
o vapor Décia, o vapor mercante
inglês.
Em 12 de dezembro de 1917, o
Funchal foi bombardeado por um submarino alemão. Mas o vapor Dekade I alvejou o submarino.
A 14 de outubro de 1918, o
submarino alemão U-13 atacou o
paquete S. Miguel.
O mar é "o maior museu do mundo"
Ao longo da história da humanidade são inúmeras as histórias e relatos de cidades inteiras e de (milhares de) navios que encontraram o seu final no Mar. Embora estes navios e seus objectos não sejam visíveis a partir da superfície, os seus restos têm sobrevivido no fundo de lagos, mares e oceanos, preservados graças ao ambiente aquático.
Estes restos são o testemunho de vários período e episódios da nossa história onde se inclui a ferocidade das batalhas navais, o impacto de vários desastres naturais e o diálogo intercultural entre regiões distantes.
Por tudo isto, podemos afirmar que o Mar é "maior museu do mundo".
1º centenário da Primeira Grande Guerra Mundial na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático
A UNESCO propõe-se celebrar em 2014 o 1º centenário da Primeira Grande Guerra
Mundial na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático (PCS).
A partir desta data os artefactos submersos, em consequência dos combates
navais verificados, passarão a estar protegidos pela Convenção 2001 da UNESCO.
O Conselho Consultivo, Científico e Técnico
da Convenção 2001 UNESCO, recomendou, em Resolução já aprovada
na sessão de abril 2012, a organização de um evento comemorativo que versasse o
património cultural submerso daquela época histórica, e a preparação de
atividades de sensibilização. Também recomendou a devida atenção a questões mais
sensíveis e humanas relativas à perda de vidas resultantes deste conflito
mundial.
Entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de
1918, milhares de embarcações foram afundadas no decorrer da 1ª Grande
Guerra e milhões de pessoas perderam as suas vidas durante este conflito. A
experiência da guerra deixou um trauma coletivo nos anos subsequentes. Muitos
soldados regressaram em grande sofrimento físico e psicológico. Aqueles que
combateram neste conflito são referidos como “Geração Perdida”. A guerra teve
um impacto permanente na economia, bem como na economia social. Foi o fim de
uma era de estabilidade e o trauma causado pelo número de vítimas foi
manifestado de várias formas.
Ao nível intergovernamental, a Liga das Nações encerrou a guerra na Conferência de Paz em Paris. Foi esta a
1ª Organização internacional de forma permanente cuja missão principal foi
manter a paz no mundo. O objectivo desta reunião foi o de fixar o novo mapa político
da Europa, as indemnizações de guerra a pagar pelos alemães aos Aliados e as
condições de desmilitarização dos países vencidos. Desta conferência resultaria
o Tratado
de Versalhes que os alemães foram obrigados a assinar em Junho de 1918.
A Liga das
Nações, foi a antecessora das Nações
Unidas.
No âmbito do património cultural subaquático, muitos
sítios históricos permanecem
submergidos, como resultado dos inúmeros conflitos navais: o número total de
baixas em contexto militar e naval ascende a 35 milhões de pessoas, grande
parte delas pereceram em combates navais.
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