sábado, 27 de abril de 2013

Escolas SEA-UNESCO


O principal objetivo da UNESCO, de acordo com o seu Ato Constitutivo, é contribuir para a paz e a segurança, promovendo a colaboração das nações através da educação, ciência e cultura. 
As escolas SEA desde sempre se comprometeram a promover os ideais da UNESCO, conduzindo projetos-piloto destinados a preparar melhor as crianças e os jovens para enfrentarem os desafios de um mundo cada vez mais complexo. 

Em 2014 comemora-se o 1º centenário da Primeira Grande Guerra Mundial. A UNESCO propõe-se celebrar este facto na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático (PCS). A partir desta data os artefactos submersos, em consequência dos combates navais verificados, passarão a estar protegidos pela Convenção 2001 da UNESCO.

No âmbito desta efeméride este blogue pretende dar a conhecer alguns factos e acontecimento relacionados com a 1ª Grande Guerra Mundial. Em particular, pretendemos divulgar trabalhos relacionados com o património cultural subaquático em sítios submersos resultantes da 1ª Grande Guerra, dando assim um contributo para a  promoção da paz e para a preservação do património cultural subaquático.

Factors impacting underwater cultural heritage


Portugal e a 1º Grande Guerra Mundial


Portugal participou na 1ª Grande Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Em março de 1916 Portugal apresa as embarcações na costa lusitana, justificando a declaração oficial de guerra a Portugal pela Alemanha, a 9 de março de 1916 (apesar de desde 1914 já existirem  combates entre tropas portuguesas e alemãs junto às fronteira das colónias em África).
As ilhas Atlânticas tiveram grande importância para os ingleses pela contribuição que podiam dar no estabelecimento das comunicações por cabos submarinos. Cabo Verde, Mindelo, Lisboa foram um ponto estratégico do Atlântico no domínio das comunicações. Em Porto Grande foi criada uma base militar e naval, onde era favorecida a função de porto de escala para reabastecimento de combustível, carvão e água para as rotas vindas do Oriente, via África do Sul, América do Sul, Argentina e Brasil. O porto e as embarcações depressa se tornaram alvo fácil para os submarinos alemães e Portugal tinha nesta altura como triângulo estratégico das bases militares navais, Lisboa, Açores e Cabo Verde.
Em 1901, foi estabelecida uma linha de comunicações de cabos para a América do Sul que passava pela Madeira, S. Vicente, Ascensão, Sta Helena e Cabo, e como linha suplementar, assentaram outra para partida da Madeira para as colónias inglesas da África Ocidental, Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria. Os alemães tentaram quebrar o monopólio britânico sobre os cabos submarinos, mas manteve-se até 1914.
Em março de 1915 foram apreendidos no porto do Funchal, os vapores alemães Colman, Petrópolis, Quagbo e Hoahperd que passaram para o Estado Português com os nomes, Madeira, Porto Santo, Deserta e Machico.
Em 3 de dezembro de 1910 o Funchal foi bombardeado pelo submarino alemão U-47 que se escondera nas Desertas afundando na baía a canhoeira francesa Surprise, o Kangurou, e o vapor Décia, o vapor mercante inglês.
Em 12 de dezembro de 1917, o Funchal foi bombardeado por um submarino alemão. Mas o vapor Dekade I alvejou o submarino.
A 14 de outubro de 1918, o submarino alemão U-13 atacou o paquete S. Miguel.

O mar é "o maior museu do mundo"

Ao longo da história da humanidade são inúmeras as histórias e relatos de cidades inteiras e de (milhares de) navios que encontraram o seu final no Mar. Embora estes navios e seus objectos não sejam visíveis a partir da superfície, os seus restos têm sobrevivido no fundo de lagos, mares e oceanos, preservados graças ao ambiente aquático.
Estes restos são o testemunho de vários período e episódios da nossa história onde se inclui a ferocidade das batalhas navais, o impacto de vários desastres naturais e o diálogo intercultural entre regiões distantes.
Por tudo isto, podemos afirmar que o Mar é "maior museu do mundo".

UNESCO Convention on the Protection of the Underwater Heritag


1º centenário da Primeira Grande Guerra Mundial na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático


A UNESCO propõe-se celebrar em 2014 o 1º centenário da Primeira Grande Guerra Mundial na vertente da salvaguarda do Património Cultural Subaquático (PCS). A partir desta data os artefactos submersos, em consequência dos combates navais verificados, passarão a estar protegidos pela Convenção 2001 da UNESCO.
O Conselho Consultivo, Científico e Técnico da Convenção 2001 UNESCO, recomendou, em Resolução já aprovada na sessão de abril 2012, a organização de um evento comemorativo que versasse o património cultural submerso daquela época histórica, e a preparação de atividades de sensibilização. Também recomendou a devida atenção a questões mais sensíveis e humanas relativas à perda de vidas resultantes deste conflito mundial.
Entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918, milhares de embarcações foram afundadas no decorrer da 1ª Grande Guerra e milhões de pessoas perderam as suas vidas durante este conflito. A experiência da guerra deixou um trauma coletivo nos anos subsequentes. Muitos soldados regressaram em grande sofrimento físico e psicológico. Aqueles que combateram neste conflito são referidos como “Geração Perdida”. A guerra teve um impacto permanente na economia, bem como na economia social. Foi o fim de uma era de estabilidade e o trauma causado pelo número de vítimas foi manifestado de várias formas.
Ao nível intergovernamental, a Liga das Nações encerrou a guerra na Conferência de Paz em Paris. Foi esta a 1ª Organização internacional de forma permanente cuja missão principal foi manter a paz no mundo. O objectivo desta reunião foi o de fixar o novo mapa político da Europa, as indemnizações de guerra a pagar pelos alemães aos Aliados e as condições de desmilitarização dos países vencidos. Desta conferência resultaria o Tratado de Versalhes que os alemães foram obrigados a assinar em Junho de 1918.
A Liga das Nações, foi a antecessora das Nações Unidas.
No âmbito do património cultural subaquático, muitos sítios históricos permanecem submergidos, como resultado dos inúmeros conflitos navais: o número total de baixas em contexto militar e naval ascende a 35 milhões de pessoas, grande parte delas pereceram em combates navais.

Convenção sobre a Protecção do Património Cultural Subaquático